Belo e enigmático, o cristal nos fascina há séculos. Presente na constituição do nosso planeta desde a sua origem, forjado sob condições extremas de temperatura e pressão, esse elemento evoca um sentido de ordem na natureza e pode tanto personificar o raro quanto o banal: assume a forma do perene diamante e a do efêmero floco de neve. Entre um extremo e outro, metamorfoseia-se em miríades de cores, formas e transparências. Está inclusive aí, na tela do seu celular.
Só não é vidro. Nem ser vivo — embora, para muita gente, essa sentença seja passível de contestação. A razão para isso é que cristais crescem. E até se comunicam com as pessoas, veja só! Pelo menos, é o que os adeptos mais radicais do poder das pedras acreditam.
Inclusive, não é incomum que elejamos um mineral como amuleto, com o objetivo de nos conectarmos com as energias cósmicas. Minerais, sabemos, derivam de formações cristalinas. Trata-se de uma relação complexa, mais apropriada aos bancos de escola do que a um blog sobre moda e estilo.
Mas o assunto não deixa de ser fascinante. Ainda mais se pensarmos que o cristal está presente até na confecção de nossos cobiçados acessórios de beleza — dos mais “bicho-grilo” até os mais elegantes.
Portanto, se você faltou justo nessa aula de física e nunca se interessou por geologia, mineralogia ou qualquer coisa do ramo, mas ainda assim gostaria de entender o que realmente é o cristal, continue conosco que vamos “lapidar” essa pedra bruta. Vamos lá?
O que é exatamente um cristal?
Cristal é o nome que se dá a um corpo sólido formado de matéria cristalina, o que significa que suas partículas se combinam em padrões tridimensionais que se repetem — como se fosse um lego criado a partir de uma série de peças iguais.
Os cristais podem ser resultado de poderosos processos físico-químicos que ocorrem, pacientemente, no interior da Terra, como podem surgir de fenômenos menos grandiosos (mas não menos fascinantes), como a transformação de água em gelo ou a evaporação dos mares que dá origem ao sal.
É isso mesmo: materiais que parecem não guardar relação entre si, como o diamante (forjado no interior da terra), o gelo (fruto do endurecimento da água) e o sal de cozinha (retirado das salinas) têm em comum o fato de serem compostos cristalinos. Assim como o são muitas rochas e uma grande quantidade de minerais, admirados pela beleza das formas, pelas cores e translucidez.
Nesta última categoria se incluem, por exemplo, o topázio, a ametista, o citrino, a turmalina, o quartzo e tantas outras pedras preciosas e semipreciosas (alguns especialistas não gostam dessa definição; preferem chamá-las todas de gemas). A opala, por outro lado, não se encaixa nessa definição (é considerada um mineraloide, pois não tem estrutura cristalina ordenada). Nem o vidro, ainda que muita gente pense o contrário.
Vidro não é cristal?
Lustre de cristal, copo de cristal…. Existem alguns objetos que, embora pareçam, passam longe de ser realmente cristal. A confusão é compreensível: uma peça do “mais fino cristal” possui faces planas e translucidez. Porém, não passa de vidro de melhor qualidade. E uma coisa é uma coisa; outra coisa é outra coisa.
Acontece o mesmo que com a opala: o vidro não possui estrutura cristalina (ou seja, não apresenta um arranjo ordenado de suas partículas), mas, sim, é uma matéria amorfa (seus átomos não compõem uma rede de formas regulares, mas uma estrutura totalmente bagunçada), que é uma característica de objetos como, por exemplo, a madeira.
Isso ocorre com o vidro em razão da rapidez com que suas partículas esfriam, o que não dá tempo para que elas se acomodem de uma forma organizadinha, diferente do cristal, cujo tempo lento de formação proporciona maior mobilidade aos átomos.
Mesmo a famosa marca Swarovski, que produz de peças de decoração, taças a bijuterias, não foge à regra. Sua matéria-prima nada mais é do que vidro turbinado com óxido de chumbo para potencializar o brilho e a transparência. Nesse caso, portanto, o adjetivo “cristal” serve apenas como uma distinção de ordem mercadológica.
Existe acessório de cristal?
Sim, o cristal está presente em muitos acessórios. É o caso de brincos, colares e anéis que trazem pedrarias engastadas em seu metal. Um legítimo solitário de diamante é um bom exemplo.
Aqui, vale um adendo: minerais são, via de regra, estruturas cristalinas. No entanto, nem todo cristal é um mineral. Isso porque o mineral não é considerado matéria orgânica. Já alguns cristais são orgânicos — é o caso do açúcar. Também escapa à definição de mineral a pérola, pois tem origem orgânica e tampouco é um cristal (não tem um arranjo ordenado de átomos).
Outras substâncias orgânicas presentes em acessórios de beleza que não são cristais (nem minerais): coral e âmbar. Por outro lado, entre os cristais temos: diamante, topázio, ametista, esmeralda, água-marinha, granada, quartzo, etc. À já mencionada opala junta-se a obsidiana, que é um elemento vítreo (amórfico), como matéria não cristalina.
E quanto à zircônia, ela é cristal?
Geologicamente falando, a zircônia cúbica presente em semijoias não pode ser considerada um cristal. A razão está em outra característica que define esse material: as faces visíveis do objeto têm de ser naturais. Ou seja, se foram feitas pelo homem, não pode ser cristal.
Entretanto, vamos conceder a ela o mesmo salvo-conduto dado ao cristal Swarovski. Para fins comerciais, a pedra sintética que imita o diamante é, sim, um cristal. Mas vale destacar que existe zircônia (ou óxido de zircônio) na natureza, sob a forma de um material raro chamado baddeleyite.
Esse mineral, porém, cristaliza de uma forma diferente da zircônia produzida em laboratório: seus eixos cristalográficos possuem tamanhos diferentes (chamam isso de sistema monoclínico), enquanto que a sintética cristaliza no sistema cúbico (eixos do mesmo tamanho e perpendiculares). O que isso tem de importante? Para a gente, nada.
Então vamos ao que interessa: a zircônia cúbica se tornou uma alternativa viável ao diamante. Engana perfeitamente. É tão dura quanto e até mais brilhante. E dá para sintetizar de cores diferentes, o que a coloca no lugar de outros cristais, como a ametista e o topázio. Muito versátil — e infinitamente mais em conta.
Assim, não apenas temos cristais de diferentes procedências à disposição, mas com características e preços bem variáveis. Além da própria questão estética, da beleza intrínseca do objeto, muita gente atribui a eles a capacidade de proporcionar cura e bem-estar, o que faz do cristal um objeto multiuso. Fascinante, terapêutico, protetivo… Não faltam motivos para celebrar o fantástico cristal!
Já que o assunto é cristal, não poderíamos fechar essa conta sem antes convidá-la a dar aquela passadinha básica na loja virtual da Linda Bela. Temos muitas semijoias finas com zircônia para você levantar o seu look. Tudo com garantia de procedência e o melhor custo-benefício do Brasil. Não perca!