Você já se deparou com a representação do “oito deitado” alguma vez na vida? Esse objeto esotérico é um bom exemplo de perenidade do símbolo do infinito na cultura pop.
Afinal, o ícone costuma aparecer em capas de álbuns de rock (e também de CDs de música gospel), histórias em quadrinhos, livros juvenis, objetos decorativos, utensílios variados e em muitas, muitas tatuagens.
Naturalmente (senão não estaríamos falando nele aqui), aparece com muita frequência em roupas e acessórios da moda. É comum vermos o famoso oito estilizado em anéis e pulseiras, e como pingente de colares e brincos.
Talvez essa conversa pareça um pouco estranha para você, que não está muito familiarizada com essa história toda. Mas não se preocupe, pois vamos agora mesmo atualizá-la sobre o que significa o símbolo do infinito. Acompanhe:
O que é o símbolo do infinito?
A primeira informação relevante sobre o símbolo do infinito salta aos olhos: seu desenho é uma linha contínua, sem que haja um ponto de partida ou de chegada.
É como aqueles desenhos que fazíamos na escola quando estávamos entediadas: ficávamos riscando uma forma qualquer, repetindo o percurso do lápis no caderno infinitamente, perdidas em devaneios.
Se fizermos, em lugar de um desenho abstrato, um oito na horizontal, vamos ficar dando voltas sem fim em seu traçado — e, de quebra, intuir o significado do objeto: ele é a representação de alguma coisa que, efetivamente, nunca acaba. Não tem começo nem fim.
Trata-se, além disso, de um desenho de feitio muito simples. Com um pouco de esforço imaginativo, dá para compará-lo a um laço ou mesmo a uma gravata borboleta. Mas o numeral ainda é a associação mais imediata — o que talvez se explique pela sua relação com a matemática.
Qual a origem do símbolo?
Talvez porque você estivesse absolutamente desanimada naquela aula de matemática do segundo semestre, não tenha se dado conta da primeira vez que viu o tal símbolo do infinito. Ele estava ali, bem na lousa, caprichosamente traçado a giz pelo professor, a indicar a sequência infinita de resultados de uma equação.
No mundo dos cálculos, o oito deitado ganha o nome de Lemniscata, que vem do latim e significa “laços simétricos” (é nesta hora que você coça o queixo e pensa: “Agora estou entendendo tudo….”).
Jacques Bernoulli, um matemático suíço, foi o responsável por descrever, em 1694, a curva algébrica em forma de oito — que também significa, do ponto de vista da geometria, a “podária de uma hipérbole equilátera em relação ao seu centro” (“agora não entendi mais nada!”, você dirá a seguir).
Mas como este é um blog de moda feminina e não um apanhado de questões do Enem, podemos deixar os números para lá e passar para a faceta seguinte do símbolo do infinito: seu significado místico.
Qual o seu significado místico?
Diferentes correntes filosóficas adotaram a Lemniscata em sua iconografia mística ao longo dos séculos.
Os adeptos da ordem Rosacruz, seita esotérica que se popularizou na Europa no começo do século 17, viam no oito deitado uma representação da jornada humana desde o nascimento até a morte, em um de seus lados, e da morte ao renascimento, no outro. O centro representaria o portal entre esses dois mundos.
Para a antroposofia, ciência espiritual proposta no século 19 pelo austríaco Rudolf Steiner, a parábola representa o perfeito e dinâmico equilíbrio do corpo.
Alguns pesquisadores, porém, o associam ao Ouroboros (ou Oroboro), símbolo que recua mais de 3 mil anos na História e foi descrito por diferentes povos, entre eles os hebreus, egípcios, gregos e fenícios. Seu desenho, em forma de círculo, mostra uma serpente ou dragão engolindo a própria cauda.
Assim como a Lemniscata, o Ouroboros remete ao infinito, e como não poderia deixar de ser, ganhou sentidos específicos para muita gente empenhada em sua própria jornada espiritual.
Como ele passou a figurar na moda?
As noções de equilíbrio, continuidade e eternidade que o símbolo do infinito carrega exercem um apelo irresistível na mente das pessoas. Quanto mais espiritualizadas, mais elas veem sentido nessa sugestão de que a vida segue se reciclando ininterruptamente, resultado de um ir e vir eterno.
Os próprios cristãos têm a sua variante do mito na crença da ressurreição. Então, nada mais natural do que expressar isso na forma de amuletos, representações artísticas variadas (objetos, quadros, desenhos etc.) e, muito particularmente, tatuagens.
A moda, que não dorme no ponto, não demorou a ver aí uma oportunidade. Com isso, entre outras coisas, o oito deitado acabou virando um popular motivo para acessórios diversos. Anéis delicados, pulseiras e colares são permanentemente confeccionados tendo esse ícone como desenho.
Alguns desses objetos são tão singelos e de feitio tão fino que pedem passagem em eventos e ocasiões especiais. Outros foram feitos para se usar cotidianamente, como um amuleto da sorte, algo que atraia boas vibrações ou que traga um sentimento de plenitude eterna.
O testemunho de um amor infinito, quem sabe? O que importa é que qualquer pessoa que nutra alguma afeição pelo símbolo do infinito o encontra sob várias roupagens. Pode, assim, tê-lo perto de si como sinal de uma crença especial ou simplesmente como um objeto intrigante e esteticamente admirável. E que esse amor pelo oito místico dure até o infinito!
Agora que você não corre mais o risco de boiar naquela conversa de amigas sobre o símbolo do infinito, dê um pulo na seção de semijoias místicas da Linda Bela e conheça outros ícones bastante populares no mundo fashion!